Basta saber sobre bondade, para ser bom?
Basta saber sobre bondade, para ser bom? Sócrates e a crença que basta
por: Alexandre Gomes
O pressuposto básico da Ética de Sócrates – que basta saber o que é bondade para que se seja bom - pode parecer ingênuo no mundo de hoje, no qual já está profundamente gravado na nossa mente que só algum grau de coerção é capaz de evitar que o homem seja mau. Na sua época era uma noção perfeitamente coerente com o pensamento. . .
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ondade tem limite. No mundo de vocês, isto é inevitável. Vocês têm um jeito engraçado de se fazer de bons, porque vocês nem entendem o que é isso. Vocês tanto não entendem, que acham que agradando todo mundo, deixando as pessoas bem gratas, estão ganhando passagem pra evolução espiritual, sendo bons.
Mas se você não aprender a aceitar os seus limites – até onde vai sua vontade verdadeira de fazer o bem sem querer retorno – logo, logo, você vai estar vivendo em função de carregar o fardo dos outros, se é que já não está! Depois, vai dizer:
– Cansei de ser boa! Estou cansada de tanto ajudar os outros! Esse povo ingrato…
Vocês pensam que ser bom é assim?
Bondade não é pra dar canseira, não! Bondade é pra ser boa para quem recebe e pra quem dá, senão vira ruindade, com o tempo. Raiva. Mágoa. Desânimo. Aí, você vê que não era bondade, era tudo mentirinha.
Vocês ainda vão compreender o verdadeiro significado da bondade.
Por exemplo: Deus é muito bom, a bondade suprema. Será que sua vida está fácil? Não. Tem hora que se você pudesse, desistia de tudo, de tão dura que fica! Então, eu podia perguntar:
– Se Deus é bom, porque ele não me dá uma boa vida?
E que vida boa é essa que você queria? Uma vida de estagnação? Não é uma vida de aprendizado uma vida boa? Só que aprender tem um preço…
E no entanto, Deus é bom. Sem ter que sair correndo pra me atender.
Você pode ser bom, mas não precisa fazer o que é tarefa do outro. Correr, se afobar, fazer mil coisas até o outro ficar contente e, você, no bagaço.
Quem tem que ficar satisfeito com a sua bondade é você. VOCÊ, não o outro, porque pro outro, nunca tem bondade que chegue. Então é você que faz a medida. A medida da sua satisfação interior.
Porque o povo vai se pendurando, e o que você faz espontaneamente, no começo, eles começam a achar que é obrigação, que você tem de dar, tem de oferecer, e você entra nessa conversa perigosa, depois tem culpa, se sente em falta com os outros.
Que bondade é essa, meu Deus?!
Essas pessoas incapazes de dizer um não, elas não são boas, não. Elas são inseguras, medrosas, vaidosas:
– Imagine o que o povo vai pensar? O que minha família vai pensar, se eu recusar fazer isso?
Isso é obrigação, minha gente, não é bondade, nem nunca foi.
Faça isso: descubra se você é boa de verdade, ouse você vive só pra agradar os outros, pra ser a lindinha.
Não existe bondade sem escolha.
Ser bom precisa ser uma coisa que está te deixando feliz. Se você está se sentindo forçada, pressionada a ter gestos de bondade, milha filha, eu só tenho a lhe dizer que o caminho não é este. O caminho que Jesus disse que era, não é o caminho da imposição nem da força, mas o da espontaneidade.
A bondade aparente
Todos conhecemos pessoas que estão cercadas de uma auréola de bondade. Têm fama de bons. Parentes e conhecidos costumam referir-se a elas dizendo: “É tão bom!”… Mas, não raro, começam a frase que assim os qualifica com um adjetivo: “Coitado, é tão bom!…”, e acompanham o comentário com um sorriso de condescendência. Logo adivinhamos o que se esconde por trás do adjetivo e do sorriso: uma “bondade” que está unida à falta de firmeza de espírito e de força de caráter. Uma bondade mole e superficial.
Não é que essa “bondade” seja uma “pose” ou uma atitude hipócrita. Não se trata, no caso, de uma pessoa que finja sentir o que não sente. Trata-se de homens ou mulheres que têm bom coração e uma natural inclinação para facilitar a alegria e o bem-estar dos outros. Mas a sua bondade é frágil, inconsistente. Não é autêntica porque se apóia sobre dois pilares falsos: um temperamento complacente e um sentimentalismo brando…
a bonde de todos: Obrigado pelas contribuições!